Vendas de carne suína para o mercado externo teve alta de 15,8% no mês de agosto

Santa Catarina exportou 62,3 mil toneladas de carne suína (in natura, industrializada e miúdos) em agosto, alta de 15,8% em relação às exportações do mês anterior e de 0,3% na comparação com as de agosto de 2022. Esse é o maior montante mensal de carne suína exportado por Santa Catarina desde o início da série histórica, em 1997. Os números são divulgados pelo Ministério da Economia e analisados pelo Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) no Boletim Agropecuário de setembro.
As receitas, por sua vez, foram de US$ 146,8 milhões, crescimento de 10,0% em relação às do mês anterior, mas recuo de 2,1% em relação às de agosto de 2022. Tal valor representa o terceiro melhor resultado mensal de toda a série histórica. No acumulado de janeiro a agosto, SC exportou 435,9 mil toneladas de carne suína, com receitas de US$ 1,07 bilhão, altas de 11,0% e 18,7%, respectivamente, em relação às do mesmo período de 2022.
Conforme o analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Alexandre Giehl, os resultados positivos desse período devem-se ao crescimento dos embarques para quase todos os principais compradores. Proporcionalmente, o Chile foi o país que teve o maior aumento na compra de carne suína catarinense: 74,2% de aumento em termos de quantidade, na comparação com o mês anterior, e 89,5% de crescimento em receitas. As Filipinas, que é o segundo maior destino da carne suína catarinense, aumentou suas compras em 21,3%, com acréscimo de 32,3% em termos de receita. O Japão, por sua vez, apresentou 40,8% de aumento na quantidade adquirida e 23,2% nas receitas.
De acordo com dados disponíveis no Observatório Agro Catarinense, Santa Catarina respondeu por 56,6% das receitas geradas com a exportação de carne suína pelo Brasil neste ano.



Desempenho da agropecuária catarinense em agosto

Bovinos
De acordo como os dados da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), sistematizados pela Epagri/Cepa e divulgados no Observatório Agro Catarinense, de janeiro a agosto deste ano foram abatidos 395,5 mil bovinos em Santa Catarina – queda de 4,2% em relação à produção do mesmo período de 2022. Nas primeiras semanas de setembro, os preços do boi gordo em Santa Catarina apresentaram queda de 7,7% em relação à média do mês anterior, seguindo a tendência observada nos principais estados produtores. Na comparação com o valor de setembro de 2022, observou-se queda de 23,2% no preço médio catarinense.

Frangos
Santa Catarina exportou 98,2 mil toneladas de carne de frango (in natura e industrializada) em agosto – alta de 8,7% em relação às exportações do mês anterior e de 8,9% na comparação com as de agosto de 2022. As receitas foram de US$ 207,3 milhões – alta de 5,7% em relação às do mês anterior e de 3,9% na comparação com as de agosto de 2022. No acumulado de janeiro a agosto, Santa Catarina exportou 733,4 mil toneladas, com receitas de US$ 1,58 bilhão – altas de 7,1% em quantidade e de 8,7% em valor, na comparação com as do mesmo período do ano passado. Os resultados do período refletem o crescimento dos embarques para a maioria dos principais destinos, com destaque para a China, que registrou alta de 45,9% em quantidade e 43,3% em receitas na comparação com o mesmo período de 2022.

Leite
No primeiro semestre de 2023 as indústrias adquiriram 11,666 bilhões de litros de leite cru, um aumento de 1,9% em relação aos 11,454 bilhões de litros adquiridos no primeiro semestre de 2022. Nos estados, como tem sido praxe, o desempenho seguiu bastante heterogêneo. O crescimento de Santa Catarina foi de 8% e as indústrias catarinenses adquiriram quase 13% do total nacional.
De janeiro a agosto de 2023, as importações brasileiras de lácteos alcançaram 1,427 bilhão de litros de leite equivalente.

Arroz
Com demanda aquecida e oferta menor, os preços ao produtor de arroz continuam com a tendência de aumento apresentada em julho. O comportamento observado dos preços segue o esperado e outros fatores tendem a manter o mercado aquecido, como as exportações e a relação estoque/consumo baixa (em razão da quebra da safra gaúcha e, consequentemente, a menor produção brasileira).

Feijão
No mês de agosto, o preço médio mensal recebido pelos produtores catarinenses de feijão-carioca fechou em R$ 154,79/saca de 60 kg, uma redução de 4,07% em relação ao mês anterior. Já para o feijão-preto, o preço médio sofreu um acréscimo de 3,14%, fechando a média mensal em R$ 214,74/sc de 60 kg. Na comparação com agosto do ano passado, para o feijão-preto, registrou-se um incremento de 18,71% na variação anual.

Milho
A estimativa inicial da safra 2023/24 apresenta informações de área, produção e rendimento da cultura do milho nesta primeira safra. Os primeiros números mostram uma redução de área de 4,1%. A retração dos preços ao produtor, desde o início do ano, é de mais de 30%. O custo de produção e a relação de preços soja/milho e a dificuldade de controle da cigarrinha e de doenças associadas são os principais motivos da redução na área de cultivo da safra que se inicia.

Soja
A estimativa inicial para a safra de soja 2023/24 mostra novamente um crescimento, agora de 1,7% na área a ser plantada referente à safra anterior. A produção total prevista é de 2,8 milhões de toneladas na primeira safra. As incertezas sobre a produção dos Estados Unidos, a valorização do dólar frente ao real e ausência de parte dos agricultores do mercado nacional, além das exportações recordes no ano e a demanda por parte das indústrias de biodiesel em julho e agosto, impulsionam os preços no mercado interno.

Trigo
Os preços médios recebidos pelos produtores de trigo catarinense tiveram nova queda em agosto, com variação negativa de 2,07% em relação ao mês anterior. Na comparação anual, os preços recebidos em agosto deste ano estão cerca de 35,27% abaixo dos registrados no mesmo mês de 2022. Em todo o Estado, até a última semana de agosto, aproximadamente 53% da área destinada ao plantio de trigo nesta safra encontrava-se em fase de desenvolvimento vegetativo; 40% da área havia alcançado para a fase de florescimento e apenas 3% da área estava na fase de maturação.

Maçã
No atacado catarinense, entre julho e agosto de 2023, foi mantida a valorização nos preços da maçã com melhor qualidade das frutas comercializadas no período. Nas centrais de abastecimento nacionais, o preço da maçã catarinense, entre julho e agosto de 2023, se valorizou em 7,7% na Ceagesp e 9,9% na Ceasaminas. Somente em agosto, as cotações da fruta catarinense tiveram uma valorização de 15% em comparação ao ano anterior. Nos oito primeiros meses de 2023, o volume negociado de maçã brasileira nas centrais de abastecimento representou 233,86 mil toneladas, sendo 45,7% do total de origem catarinense.

Alho
A safra catarinense de alho se desenvolve normalmente. A condição das lavouras é considerada boa e os plantios realizados em maio e junho se encontram no início da diferenciação. A produção esperada se mantém em 10.767 toneladas. Em agosto, a quantidade importada foi de 2,75 mil toneladas, com desembolso de US$ 3,21 milhões, com preço médio (FOB) de US$ 1,17/kg, aumento de 19,39% em relação ao do mês de julho.

Cebola
As expectativas para a safra 2023/24 de cebola se mantém com o plantio de 19.013 ha, e estimativa de produção de mais de 568 mil toneladas e produtividade média de 30.039 kg/ha. De janeiro a agosto deste ano as importações foram de 110.745 toneladas, volume 14,05% menor que no mesmo período do ano passado. O plantio da safra 2023/24 foi concluída e o desenvolvimento ocorre normalmente com condição das lavouras de boas a muito boas.