O torcedor é a razão do futebol existir

O futebol sem torcedor não existe. Seja ele dentro ou fora do estádio. Antes de jornalista e colunista de esportes sou torcedor e não saberia escrever sobre o assunto se não estivesse sendo inspirado por uma paixão, não a paixão clubística, mas a que me direciona para o esporte como produto de bons exemplos e de transformações de vidas, porque é exatamente isso que interessa mais. Quando se fala ou se escreve sobre aquilo que se gosta, as coisas fluem de maneira natural, aflora a emoção e tem tudo para sair coisa boa. E a minha contribuição para o esporte é escrever, pois acredito ser isso o que faço de melhor na vida.

Ser torcedor é carregar no peito uma paixão, é vibrar e se emocionar, é também se decepionar e até se irritar dentro dos limites aceitáveis. Por isso, futebol sem torcida não tem graça (é como chupar bala com papel), seja jogado no Maracanã ou na várzea da mais distante e pequena cidade do mundo. Em todo o lugar onde tem uma partida de futebol vai sempre ter um torcedor, pode até ser o único, talvez a mãe do goleiro ou do atacante, ou ainda o dono do time, mas certamente alguém vai estar torcendo para um lado ou para outro. Estádio lotado é contagiante, inebriante, sensacional.

Das arquibancadas flui uma enorme energia positiva, pois são muitas pessoas focadas no mesmo objetivo, a vitória. E o pensamento positivo e a alegria da multidão influenciam diretamente no resultado do jogo, por isso o fator local é fundamental numa partida de futebol. É a carga positiva que parte da arquibancada para dentro do campo. Um feixe de luz. O torcedor é, de fato, o 12º jogador.

Nos estádios de futebol nascem grandes histórias, para reafirmar o quanto o torcedor é ilimitado na sua paixão. E foi justamente essa ilimitada vontade de participar e torcer que levou a brasileira Silvia Grecco e seu filho Nickollas Grecco à cerimônia de gala do Fifa The Best, da última segunda-feira (23), em Milão, na Itália. Silvia ganhou o "Prêmio Torcedor" por narrar as partidas do Palmeiras para o seu filho das arquibancadas do Allianz Parque. Nickollas é deficiente visual e autista de grau leve e não se contentou em ouvir o jogo pelo rádio, nem com fones de ouvido no estádio. Ele queria sentir o calor da torcida, ouvir os gritos de "gol" porque é somente no estádio que isso acontece. Um momento sublime de muita emoção, que só se permite ao torcedor de futebol, com sua incontida paixão. E Silvia representou muito bem esse torcedor.

A reportagem sobre ela e o filho foi veiculada em 2018, nos programas esportivos da TV Globo, já que mãe e filho foram descobertos por acaso, pelo jornalista gaúcho Marco Aurélio Souza. Em poucas palavras, Silvia emocionou o mundo ao dizer que o futebol pode transformar a vida das pessoas. "Ele (jornalista) nos viu com os olhos e nos enxergou com o coração". É exatamente isso que o esporte faz ao torcedor, ele faz os olhos irem parar no coração e aí não existe paixão maior. Felizmente ainda encontramos no futebol e na torcida grandes histórias, pois é disso que nós, jornalistas, vivemos. Contamos histórias para que elas se perpetuem e certamente a da dona Silvia e do filho Nickollas está no rol da eternidade.


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