Palavra-nômade

A escrita é profundamente angustiante. Basta lembrar com vocês o exercício de escrita em redações escolares, relatórios ou trabalhos de conclusão de cursos e serei entendido. A escrita nos submete a uma solidão completa. Mas é uma solidão povoada de encontros. Na semana que passou fui lembrado em conversa com o editor desse jornal que escrevo a uma década na Coluna CONVERSAÇÕES dialogando sobre temas diversos toda semana. Mas afinal, para que serve uma conversa? O começo dela sempre se dá com uma ideia - parece óbvio dizer assim - habitada por pensamentos que estão em cada um de nós. Os textos dessa coluna trazem sempre duas preocupações: o título e o tema.

Meu comportamento como leitor procura nos títulos de textos, livros ou filmes algo que me seduza. Um título deve ser direto como um soco no estomago. Deve ser criativo a ponto de afetar meus sentidos naquilo que eu - leitor - vou apreender ou não. Sou atraído pelos títulos porque é nele que embarco nas ideias de quem escreve. É como uma vassoura de bruxa que me encanta para a viagem que está por vir. Resta voar. O texto deve ser uma combinação entre um caleidoscópio e um buraco negro. Deve trazer sempre uma bela combinação que se move a cada momento. Suspeito de autores que não mudam, cristalizam sua escrita sem ousar e dizem as mesmas palavras com outros sons. Para escrever devemos ser nômades no uso de nossa própria língua. Caleidoscópio de ideias num voo de vassoura. Um universo de assuntos nos espera.

O texto é um buraco negro, pois captura tudo em volta com sua força centrífuga. Ao escrever uma crônica semanal ou capturo o que está no assunto do momento e seduzo o ávido leitor ou meu texto é mais um que dá trabalho ao diagramador na redação. É preciso traçar um caminho de diálogos com o leitor e - na solidão de escritor - eis nossa tarefa principal.

Sei, como cronista, que você leitor pode ser seduzido por meu texto na procura de respostas que reafirmem os papéis sociais de cada um. Muitos procuram imagens que reafirmam normas sociais. O que espero é que os textos de CONVERSAÇÕES sempre tracem linhas que estão no meio do caminho. Nunca defino um fim porque essa é a tarefa do leitor. Deem seus próprios finais. CONVERSAÇÕES procura nesses anos ser um caminho trilhado com o leitor. Espero que não me decepcionem ao dizer que meus textos fazem escola, dão lições ou ensinam como caminhar. Convidei vocês, nesses meses, a serem nômades. Traçarem seus próprios caminhos e que seus pensamentos sejam nômades. Obrigado aos leitores por esses anos de criações escritas com várias mãos.

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