Empresas brasileiras têm usado redes blockchain para oferecer novos investimentos a partir de ativos tradicionais, apostando que essa tecnologia, associada ao Drex, poderá transformar o mercado financeiro. Veja o que já existe, os riscos envolvidos e as possibilidades que esse avanço abre.
Lá se vão 16 anos desde que o paper fundador do Bitcoin foi publicado. Desde então, milhares de empreendedores e entusiastas da tecnologia pregaram um mundo novo na nossa relação com o dinheiro. Como moeda, o Bitcoin e suas cripto-irmãs até hoje ocupam quase que exclusivamente os subterrâneos da economia global. Quando você quer fazer pagamentos, continua a usar dinheiro de verdade – reais, dólares, euros.
A segunda onda previu uma revolução completa no mundo dos investimentos. Redes de blockchain, capazes de garantir a segurança das transações de forma simples, poderiam eliminar intermediários e transformar o mercado financeiro por completo.
No entanto, ainda há riscos envolvidos, como a regulamentação incipiente e a volatilidade do mercado de criptomoedas. Apesar disso, a perspectiva de um mercado financeiro mais acessível e eficiente é promissora. Com a implementação do Drex, o Brasil pode estar na vanguarda dessa transformação.
Um exemplo é o Mercado Bitcoin, que passou a negociar tokens de precatórios. Precatórios são títulos de dívida que o Estado tem com uma pessoa e que a Justiça já mandou pagar. Não cabe recurso, então não há risco de calote. Porém, o governo pode demorar anos para pagar. Assim, quem precisa do dinheiro vende o precatório com um desconto, criando uma taxa de juros.
O Mercado Bitcoin compra esses precatórios, reempacota em novos investimentos e divide em frações menores. Isso cria um mercado secundário, permitindo negociações mais transparentes e eficientes, e beneficiando tanto vendedores quanto compradores. A tokenização de ativos representa um avanço significativo, prometendo revolucionar o mercado financeiro brasileiro.