Coluna Poder SC 'A segunda vez de Daniela'

Por

MURICI BALBINOT


Um afastamento de governador após um processo de impeachment é algo inédito para um Estado. Dois, era inimaginável. Da mesma forma que Carlos Moisés terá que lutar contra a cassação mais uma vez, Daniela Reinehr ganha uma segunda chance de governar o Estado. De largada, ela já mostra fortes diferenças com a Daniela que assumiu em outubro passado. Em vez do discurso 'antilockdown' daquela época, houve a defesa da vacinação rápida. Em vez da criação de atrito com o governador afastado, houve um pedido de estabilidade. Em vez da nomeação de um general do Exército para a Casa Civil, um procurador do Estado já conhecido: Gerson Schwerdt. Além dele, Leodegar Tiscoski (Infraestrutura), Carmen Zanotto (Saúde) e a manutenção de Luiz Fernando Vampiro (Educação) e Altair Silva (Agricultura). Daniela literalmente afastou a farda do seu lado e aceitou agregar políticos tarimbados no cenário estadual. Mostrou que, acima de tudo, aprendeu bem com os erros.

LAÇOS

Carmen Zanotto, principal nome do Cidadania no Estado, é deputada federal e experiente na área da saúde. Deve afastar qualquer tipo de bolsonarismo na gestão da pandemia. Tiscoski tem relação com o Progressistas e com o senador Esperidião Amin. Fez parte do seu governo, lá atrás, também como secretário de Transportes e Obras, que depois virou Infraestrutura. Na mesma pasta atuou o chefe de gabinete de Daniela, João Carlos Ecker, durante o governo Colombo, e que é ligado ao MDB. Nomes experientes e antigos da política ao lado dela.

? O INGRESSO de Sargento Lima no PL abre caminho para a formação da casa bolsonarista em 2022. Além dele, outros devem partir para ajudar a construir a candidatura de Jorginho Mello ao governo de SC com o apoio do presidente Jair Bolsonaro. O inverso é verdadeiro: uma candidatura ao governo puxa votos para postulantes ao Parlamento.

? DOS quatro crimes de responsabilidade atribuídos a Moisés na denúncia, apenas um foi aceito: ordenar despesas sem a observância das prescrições legais no caso da compra dos respiradores. Um de quatro. Isso significa que Moisés foi absolvido dos outros três possíveis crimes citados na denúncia. É um ponto positivo em meio a um afastamento frustrante.