Suelita das belas artes
Aos 70 anos, ela revela muito talento
Aos 70 anos, ela revela muito talento
aspar é uma terra de muitos talentos. Em todos os cantos encontram-se pessoas especialistas nas mais diferentes atividades. Algumas nasceram aqui, outras escolheram Gaspar por paixão. A professora aposentada Suelita de Lima se encaixa no segundo grupo.
Moradora do bairro Centro, ela veio de Itajaí há três anos. Como gosta muito de pintura em tecido, matriculou-se na Casa da Cultura Dagoberto Günther. "Queria muito aprender a pintar rosas", revela.
Além de aprender novas técnicas de pintura, Suelita aproveita as aulas para firmar novas amizades, já que mora há pouco tempo em Gaspar. Ela se descreve como uma aluna alegre, que sempre faz brincadeiras para a turma. Foi assm que despertou para a arte.
A professora aposentada é prova viva de que a vida não pára depois dos 70 anos. Continua valendo a máxima de que nunca é tarde para se aprender. "Além de pintar, faço crochê, tricô, e alguns artesanatos para datas comemorativas", conta com muita simplicidade a professora aposentada. Para a Páscoa, sua data prefereida, Suelita já começou a pintar panos de louça com coelhos e ovos de chocolate, e a produzir enfeites de mesa.
Outros dos seus trabalhos enfeitam as paredes da casa que divide com o filho mais novo e a nora. São pinturas de flores, paisagens e frutas, todas produzidas nas aulas da Casa da Cultura. Suelita pinta também para amigas e para presentear alguém.
Em um canto da sala, uma pintura em andamento: uma cesta com várias frutas. "Eu adoro pintar frutas, acho que esse quadro vai ficar muito bonito", comenta Suelita. Não são somente as telas e os panos de louça que a artista usa para estampar suas pinturas. Ela já levou o encanto das tintas e dos desenhos para uma bandeja e até capas de almofadas. As ideias Suelita retira de revistas. Ela explica que ainda não sabe criar sozinha, mas que está tentando se aprimorar. Jovem precisou assumir as funções de mãe e pai
Suelita nasceu em Itajaí e aos 17 anos mudou-se para Blumenau onde estudou e trabalhou. Ela é formada em Letras, pela Universidade Regional de Blumenau (FURB). Suelita conta que, no início, não gostava muito de sua cidade natal. "Parecia ser muito desorganizada e não tinha uma boa estrutura". Hoje, no entanto, ela se orgulha ao ver como Itajaí está se desenvolvendo. Na cidade alemã, a jovem estudante trabalhou em escolas, dando aulas de Língua Portuguesa. Depois, conheceu um rapaz com quem se casou e teve três filhos. Porém, o casamento não deu certo e, muito jovem, se viu sozinha a educar os filhos.
Toda a sua vida foi de muito trabalho e luta. "Até a roupa dos meus filhos era eu quem costurava", lembra. Além de ensinar em escolas, Suelita trabalhou por muitos anos como voluntária na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na mesma cidade onde morava. Ela era responsável por organizar o bazar da paróquia. Este é um tipo de trabalho que lhe faz muita falta. Agora que todos os filhos cresceram e lhe deram netos, ela aproveita os dias para fazer o que tem vontade. Quando quer passear, pega um ônibus e vai até Blumenau, onde fica por lá até o final do dia.