Os moradores dos bairros Barracão, Bateias e Óleo Grande, próximos a divisa com Brusque, sabem o quanto é movimentada a rodovia Ivo Silveira. Os carros percorrem aquele trecho em alta velocidade, e o tráfego é intenso a qualquer hora do dia. Para quem mora nas redondezas, a rodovia representa um grande risco, pois é muito arriscado cruzá-la a pé ou trafegar de carro em determinados trechos. Em apenas um mês, dois acidentes aconteceram, levando a óbito dois moradores da localidade.

A Associação de Moradores do Vila Isabel (Amvi) vem trabalhando desde o ano passado para conseguir a instalação de uma lombada eletrônica no trecho paralelo ao loteamento. Para isso, fizeram duas mobilizações no ano passado, uma em fevereiro e outra em agosto. Cerca de cem pessoas participaram e o tráfego na rodovia foi paralisado, como forma de reivindicação.

Ainda assim, em novembro o governo estadual enviou um engenheiro do Deinfra - Departamento de InfraEstrutura - para fazer o estudo do local e definir o ponto correto para a construção de uma ilha de segurança, cuja demarcação pode ser vista na estrada. Isso aconteceu uma semana antes da enchente de assolou o Vale do Itajaí. "Sabemos que agora o governo está com as atenções voltadas para a soluções dos estragos causados pelas enchentes e, provavelmente, por isso que a ilha ainda não foi feita", pondera o presidente da Amvi, Eneas Lana. Ainda assim, a associação vai voltar a fazer contato com as instituições estaduais e também com a prefeitura, para que o projeto seja concretizado o quanto antes.

Mesmo que o governo faça a ilha de segurança, a associação de moradores continuará reivindicando uma lombada eletrônica. "O engenheiro do Deinfra disse que a ilha resolve, mas a gente sabe que os motoristas não respeitam a ilha, pois não sentem o peso no bolso", diz Eneas. Para ele, a lombada faria com que os motoristas reduzissem obrigatoriamente a velocidade, sob pena de serem multados, ao contrário da ilha de segurança, que não possui mecanismo de fiscalização algum.

Com a redução da velocidade dos carros, os pedestres estariam mais seguros, poderiam atravessar a rodovia sem medo de serem atropelados, e os motoristas que saem do loteamento para o asfalto, também poderiam entrar na rodovia com mais tranquilidade, a exemplo do que aconteceu no Bateias. Mesmo assim, o pedido da associação tem sofrido muitas críticas. "As pessoas reclamam que tem muita lombada na rodovia", conta o presidente.

Além das críticas, a reivindicação tem tido pouco apoio dos moradores do loteamento. Eneas calcula que mais de 200 famílias moram no Vila Isabel. Sendo assim, o número de participantes nas paralisações da rodovia poderiam ter sido maior. "Na nossa última reunião, pedimos que os moradores demonstrassem mais apoio, pois a lombada vai trazer segurança a todos que vivem nesta região", pondera o líder comunitário.

Segundo Eneas, a associação vai seguir novamente todos os caminhos legais, para reivindicar a lombada eletrônica. Caso o pedido não seja atendido, serão organizadas novas paralisações na rodovia ao longo do ano. "Vamos também buscar o apoio da prefeitura porque acreditamos que vamos alcançar as melhorias necessárias", confia Lana