Muda a estação e as lojas se preparam para vender novas peças. A loja de móveis de fibra LHS, no bairro Poço Grande, já começou a comercializar sua nova linha de móveis. "Estamos trabalhando direto para dar conta dos pedidos", afirma o proprietário Gilberto Francisco da Silva. Segundo ele, as vendas cresceram tanto para linha de piscina, como para a linha de móveis internos. Mas, nos últimos meses do ano, a procura por móveis de fibra sintética aumenta, devido o período de veraneio.

A criação das peças fica a cargo da esposa de Gilberto e também proprietária da loja, Lúcia Helena Spengler. Muitas vezes, o design é criado também em parceria com arquitetos, que dão sugestões dos móveis para determinados ambientes. "Trabalhamos com fibra sintética, junco e ratã, combinados com madeira, alumínio, ferro galvanizado e apuí", explica. A fabricação da peça é feita na própria empresa, artesanalmente, e leva em média dois dias para ficar pronta.

Extraídos da região norte do Brasil, os materiais vêm brutos para a empresa e o controle sobre a exploração da fibra é rigoroso. Na sede da LHS, eles são trabalhados até terem as formas de mesas, cadeiras, estantes e sofás. O junco, por exemplo, vem do Pará. Chegando na empresa gasparense, ele é rachado e cozido para ficar maleável e ser trançado manualmente. Já o alumínio é aquecido, formatado, e por fim, polido. Também a parte de estofaria é feita na própria empresa, em um espaço próprio. Gilberto confere todas as etapas, para garantir a qualidade dos móveis e a agilidade do serviço.

A empresa trabalha com encomendas e atende clientes de Blumenau, Joinville, Florianópolis e Balneário Camboriú, onde mantém filiais. "Chegamos a fazer móveis para uma casa inteira", conta Gilberto. Segundo ele, móveis de junco e ratã cabem em qualquer ambiente sem comprometer a decoração da casa. "É uma linha artesanal mais elitizada", observa. O prazo de entrega dos móveis varia entre 15 a 25 dias, dependendo do pedido e da época.

A maioria dos colaboradores da empresa veio de outros estados, principalmente do nordeste do país. "Os gasparenses não se interessam muito por essa profissão", observa André Felipe da Silva, responsável pela parte comercial da empresa. Mesmo assim, para o ano que vem, Gilberto tem a intenção de trazer jovens de Gaspar para conhecer o processo de fabricação dos móveis e treiná-los. "Essa idéia veio de uma professora. Achei boa porque assim podemos qualificar a mão-de-obra local e gerar mais emprego", comenta.