Produtor mantém sete avestruzes em propriedade na margem da avenida Deputado Francisco Mastella

Das penas ao ovo, tudo se aproveita no avestruz

Ladeando a rodovia Francisco Mastela, uma bela fazenda guarda uma pequena criação de avestruzes. O proprietário, José Aldo Pereira  adquiriu os animais há seis anos, com o objetivo de iniciar um novo negócio. A carne de avestruz era um produto promissor e tinha uma boa aceitação. Porém, como o processo de criação do animal exigia muito investimento, a carne passou a custar mais e e seu consumo diminuiu. Ainda assim, Aldo resolveu ficar com suas aves, que hoje lhe servem de distração nas horas vagas.
Das dez avestruzes que comprou inicialmente, sete ainda vivem na fazenda de Aldo. Para abrigá-las, ele preparou piquetes de 12m de largura por 50m de comprimento, e colocou um casal em cada. O espaço, segundo o criador, tem o tamanho mínimo necessário para o animal poder viver tranqüilamente. ?A avestruz necessita de espaço para correr, por isso o comprimento tão grande?, explica.
As aves adultas chegam a pesar 150kg e, de pescoço ereto, medem cerca de 2,50m. Apesar da beleza e do andar gracioso, as avestruzes são um tanto agressivas, sua defesa é o chute. A força de suas patas é suficiente para lançar um homem a três metros de distância. Aldo consegue lidar com elas tranqüilamente. Por reconhecerem-no, as aves não manifestam animosidade. Além disso, o criador encontrou uma maneira de domá-las, segurando-as pelo bico.
As avestruzes são animais de pasto, assim como o boi. Porém, Aldo prefere dar também ração a elas. ?Cada uma come mais de 1kg de ração por dia?, conta. Ao final do mês, geralmente são gastos 15 sacos de ração. As aves também comem pedras para auxiliar na digestão. Entre outros cuidados, Aldo pulveriza os bichos contra parasitas constantemente. ?É como cuidar de cavalo, ou boi?, compara. Se bem tratadas, as avestruzes podem viver cerca de 70 anos.
Um ovo de avestruz pode ter mais de 1 kg, o equivalente a duas dúzias de ovos de galinha. ?Se fizer uma omelete como ele, pode-se servir tranqüilamente a dez pessoas?, diz o criador. A casca é bastante resistente, com cerca de 1mm de espessura. Com ela, a esposa de Aldo, Isaura, faz vasos aplicando pinturas decorativas. Quem choca o ovo é sempre o macho. Mas, no caso das aves em criação, os ovos são levados para uma incubadora, onde é feita a averiguação da sua fertilidade. Se for fértil, em 42 dias nasce uma nova avestruz. Se não, após 15 dias o ovo retorna ao proprietário.

Das penas ao ovo, tudo se aproveita no avestruz

Segundo Aldo, em termos de produto o avestruz é um animal do qual se aproveita muito. Além da carne, que é considerada mais saudável e igualmente saborosa às carnes já existentes no mercado, usa-se as plumas, o ovo e até mesmo o couro. Porém, o investimento na criação dessa ave é muito alto e o retorno, baixo. ?Hoje, uma avestruz não vale 10% do que eu paguei há seis anos?, compara o criador.
A carne custa, em média, R$ 40,00 o quilo. Pelo preço alto, e pelo fato de ser um produto novo, o mercado não o absorveu. Aldo conta que até a rede multinacional de lanchonetes McDonalds quis lançar um hamburger com carne de avestruz, mas para atender à demanda precisaria de um contêiner de carne por mês, quantia que os produtores da regiáo não conseguem alcançar.
Já as plumas são bem utilizadas. Conforme explica Aldo, todas as fantasias feitas no carnaval do Rio de Janeiro, usam as plumas de avestruzes. O couro, por sua vez, é usado na confecção de roupas que chegam a custar R$ 4 mil.
E o ovo pode ser usado tanto na alimentação, como na decoração, como faz a esposa de Aldo. ?Uma casca bem pintada pode ser vendida por R$ 40?, calcula.